Arte, música e indivíduo

[caption id="" align="alignleft" width="244" caption="Codificador do Espiritismo"]Allan Kardec[/caption]

Dissertando sobre o tema “Influência das ideias Materialistas sobre as artes em geral, sua Regeneração pelo Espiritismo”, no livro “Obras Póstumas”, Kardec nos diz que “as artes, que se apoiam na filosofia, que é a sua consagração idealizada, devem ter também sofrido modificações e transformações”.

Por mais que o foco do texto do Codificador seja a transformação que a filosofia, em seu percurso lógico e cronológico, trouxe a arte, deduzimos que a arte é a própria realização prática dessa mundividência, ou visão da realidade, a qual cada momento da filosofia traz em si.

Agora, podemos ver claramente que cada indivíduo, em sua subjetividade, tem sua própria visão da realidade, então, podemos dizer que cada indivíduo é um “amante da sabedoria”, ou filósofo, como diria Pitágoras. Filósofo, já que busca a sabedoria como forma de compreender a realidade, e a partir dessa compreensão, vivenciá-la em “espírito e verdade”.

Portanto, se a arte é realização prática da filosofia, então cada indivíduo aprecia a arte que melhor exalta o seu próprio ponto de vista perante a realidade, ou seja, sua própria mundividência.

Agora, amigo Leitor, pense um pouco sobre a sua relação com a música, que é uma das manifestações mais democráticas da arte. Será que a música que você aprecia, não revela sua própria visão da realidade?

Se em todo nosso percurso evolutivo, vamos transformando a nossa visão da realidade, já que somos Espíritos imortais, porque não analisar a música que nos envolve hoje, como forma de melhor praticarmos o “conhece-te a ti mesmo”?

Mas que fique bem claro amigo Leitor, não propomos que somente mudando artificialmente a música, e a arte em geral, que nos envolve, mudará nosso ponto de vista sobre a realidade e a nós próprios como indivíduos. A proposta é que usemos a análise da música, e da arte, que nos envolve como forma de conhecer nossa postura perante a realidade, e com esse conhecimento mudarmos a nós mesmos como indivíduos. Talvez, por consequência, mudaremos a música, e a arte, que nos envolve, mas é um processo que nasce e se desenvolve no próprio interior através da vontade do indivíduo, e não um processo exterior.

Afinal, reflitamos com serenidade amigo Leitor, é o hábito que faz o monge, ou o monge por interiormente ser monge, que se veste com o hábito?

Artigo publicado em: http://www.ieef.com.br

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